O Politécnico de Lisboa foi uma das 8 instituições a receber o selo de Excelência - Alimentação Saudável no Ensino Superior, pelo trabalho desenvolvido no campo da promoção da saúde na comunidade académica. Na cerimónia, realizada no dia 3 de março, no Palácio Rocha Conde D’Óbidos, em Lisboa, foi dado a conhecer o trabalho desenvolvido por várias entidades, no âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), para melhorar os ambientes alimentares dos mais jovens.
Na cerimónia, organizada pela Direção-Geral de Saúde, estiveram o vice-presidente do Politécnico de Lisboa, António Belo, e dos SAS IPL, o administrador, Fernando Carmo, a dirigente dos Benefícios Sociais, Filomena Novo, e o coordenador do Serviço de Alimentação, Heitor Oliveira.
A atribuição do selo Excelência - Alimentação Saudável no Ensino Superior surgiu na sequência de uma candidatura, voluntária, apresentada em 2019, pelos Serviços de Ação Social do IPL e desenvolvida em conjunto com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Para o vice-presidente do Politécnico de Lisboa, António Belo, a quem coube receber a distinção, a mesma é importante “porque pode aproximar mais a comunidade académica das nossas cantinas e é um reconhecimento do trabalho que tem sido desenvolvido nas unidades alimentares do Politécnico de Lisboa”. Considera, ainda assim, tratar-se de um trabalho que não se esgota a gestão das refeições, “os SAS são também um parceiro ativo no PASS IPL – Programa de Alimentação Saudável e Sustentável, contribuindo para a promoção de boas práticas neste âmbito”, refere António Belo.
Do ponto de vista do Serviço de Alimentação dos SAS IPL, coordenado por Heitor Oliveira, o selo de Excelência “é um inequívoco reconhecimento das orientações tidas em conta pelos SAS IPL, para a gestão das suas cantinas e bares, no âmbito da alimentação saudável e sustentável em contexto de restauração coletiva”.
Heitor Oliveira assume ser o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas equipas de cozinha, “sendo este, um fator motivacional para o comprometimento com a missão, o que se revela determinante para a execução das suas tarefas e da manutenção do selo atribuído”.
Reforçando a aposta nas cantinas, o surgimento do PASS IPL - Programa de Alimentação Saudável e Sustentável, em 2020, resultado de uma parceria entre o Politécnico de Lisboa, os SAS IPL, a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa e a Federação Académica do IPL, tem permitido abranger várias áreas de ação, tais como a disponibilidade e acessibilidade alimentar, o controlo do desperdício alimentar, a literacia alimentar e nutricional, que permitem reforçar os requisitos associados à atribuição do selo de excelência.
O selo de Excelência - Alimentação Saudável no Ensino Superior é atribuído por um período de um ano, podendo ser renovado, se solicitado, e após a garantia de que a implementação dos requisitos estabelecidos no regulamento se mantém.
Promoção da Alimentação Saudável – Passado, presente e futuro
No âmbito da sessão, na qual foram atribuídos os selos de Excelência - Alimentação Saudável no Ensino Superior, foi apresentado o relatório de 2022 do PNPAS e dadas a conhecer as prioridades no campo da Alimentação Saudável para 2023-2030. Foram, ainda, apresentados projetos e resultados de estudos referentes ao trabalho desenvolvido em prol da melhoria dos ambientes alimentares dos mais jovens.
A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, destacou o investimento feito, na última década, pela Direção-geral de Saúde na área da Alimentação Saudável. Ainda assim, em Portugal, 86% da carga da doença corresponde a doenças crónicas e mais de 50% dos adultos têm excesso de peso. Estes valores correspondem a cerca de 2 milhões de pessoas com obesidade e 3,5 milhões com pré-obesidade.
A missão do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNAPS), dirigido por Maria João Gregório, a quem coube apresentar o relatório para 2022, foi definida “com espírito visionário e para abranger as principais dimensões da promoção da saúde e bem-estar”, afirmou Graça Freitas.
Graça Freitas assume que a situação epidemiológica provocou alterações no padrão alimentar, tornando-o mais desequilibrado e menos saudável, sendo, este, um dos desafios colocado às medidas de saúde pública, na área da nutrição. Ainda assim, a diretora-geral a reforça a importância de com as medidas implementadas e futuras, podermos “criar cidadãos capazes de tomar decisões informadas acerca dos alimentos e das práticas mais saudáveis, incentivar a produção de alimentos que sejam saudáveis ao mesmo tempo capazes de mobilizar o emprego, o ordenamento equilibrado do território e as economias locais”.
Do trabalho levado a cabo em 2022, no âmbito do PNAPS, Maria João Gregório destacou 2 grandes temas - as medidas implementadas para modificar os ambientes alimentares e as medidas que se pretendem implementar no modelo de prestação de cuidados de saúde. A diretora do programa fez uma breve descrição das principais atividades desenvolvidas e mostrou o resultado da monitorização de algumas das medidas que permitem sustentar novas ações nesta área.
No final da cerimónia, a secretária de Estado da Saúde, Margarida Tavares, apresentou as prioridades do novo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável 2023-2030 que assentam em 5 eixos: proteger e apoiar, informar e capacitar, identificar e cuidar, monitorizar e avaliar e integrar e articular.
Margarida Tavares, explicou que o processo de elaboração do PNAP foi colaborativo e que para assegurar que abordagem continue a ser fatorial, vai ser reativado o Grupo de Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, que junta várias áreas setoriais do governo. O objetivo é fazer com que a Alimentação Saudável esteja em todas as políticas e por outro lado, as políticas de outras áreas governativas possam exercer o seu papel de cumprimento do programa.
Imagens de DS/GCI IPL
